Breaks na vida. Como equilibrar a rotina louca do Poker com a vida social?

Essa é uma pergunta que eu não sei responder. Esse mês é um mês no qual tenho muitos encontros familiares. Aniversário do meu pai, da minha sogra, festa tradicional anual da minha família, dia dos pais. Pra vocês terem uma ideia, hoje já é dia 07 e foi o primeiro dia do mês que consegui grindar.

Eu vivo alguns medos nesses períodos: medo de sair do flow em que eu estava, medo de não conseguir alcançar minhas metas. Medo de perder aulas e consequentemente a credibilidade do time... ao mesmo tempo, sei que situações como essas são atípicas e que isso não vai acontecer todo mês. Porém, em outros momentos da minha vida, tive dificuldade de realinhar a rotina quando algo semelhante acontecia e isso prejudicava um longo período. Eu sei que este momento é diferente, é claro. Mas como disse no blog anterior, as emoções  são inconscientes. Vêm  à tona mesmo que a gente não queira.

Domingo passado foi o primeiro Domingo em muito tempo que fiquei sem grindar. Eu realmente não me lembro do último antes desse. E aí volto à pergunta inicial: como equilibrar isso tudo? Como explicar pra família que não posso ficar mais um pouco porquê não posso perder mias um Domingo? A minha família não entende até hoje como funciona meu trabalho. E eu, já estou cansada de explicar. Nem quero mais, pra falar a verdade. É difícil explicar algo para alguém que não quer, de fato, entender, não é mesmo? E isso me deixa em situações delicadas que não sei como agir e nem o que falar.

E aí vem as neuras e nascem vários questionamentos na minha mente: estou imersa demais no poker? Será que eu não deveria dar uma pausa realmente? Ou eu fico me questionando isso só porque é o poker. Se fosse outra profissão eu teria esse pesar de imergir tanto? Tenho primos médicos por exemplo que nunca são questionados se precisam faltar alguma reunião. Porque? Porque são médicos. Qual é o problema de eu colocar a mesma prioridade no meu trabalho que eles? São questionamentos difíceis de responder, às vezes até para nós mesmos. Imagina para outras pessoas? Quando atuava na psicologia nunca era questionada sobre esse tipo de coisa.

Mas aí vamos ao outro lado da moeda que essa situação toda me faz refletir... outro dia estava conversando com uma amiga do poker e trocando ideias e experiências sobre a vida. Ela me relatou como, no caso dela, ela precisava buscar outras coisas além do Poker para se distrair, já que tudo que ela fazia envolvia o poker. Até no seu tempo livre. Ela, assim como eu, também namora um jogador de poker e em casa a conversa é sempre sobre poker. Além disso, vai assistir algo? Assiste alguém jogando poker. Amigos? Poker. Poker Poker. Observando essa dinâmica ela entendeu como a sua vida estava sendo saturada só de poker e ela nem sabia se gostava de mais alguma coisa. Nem se dava espaço para outras coisas. Mesma coisa de um work a holic  que só pensa em trabalho.

Aonde quero chegar com essa história? Sempre haverá um problema se a situação é 8 ou 80. Desvalorizar e super valorizar pode estar no mesmo balaio para nossa mente. E aí volto a máxima da psicologia "tudo depende" do que funciona para cada um. E só com o autoconhecimento poderá equilibrarr isso.

Hoje lido melhor do que antes com isso tudo. Meu grind de hoje, por exemplo, não foi horrível, isso significa que consegui realinhar a rotina, mesmo após alguns dias off poker. E isso é novo, isso é bom.

Ainda percebo que é uma linha muito tênue entre "estar se esforçando no trabalho" e "estar trabalhando demais e pecando em outras áreas". Vivo nesse impasse e sei que muito desse questionamento vem de opiniões alheias que talvez não fosse questionadas da mesma forma se fosse outra profissão, mas também sei que é preciso valorizar outras áreas. Como vou equilibrar isso? Ainda não sei! Caso tenham alguma dica gostaria de trocar com vocês!