“Viver de poker”: a beleza e a escuridão de bancar a decisão de seguir um sonho.

    Saudações leitores do Cardmates. Meu nome é Amanda, mais conhecida como AmandaKALM nas lives. O que é uma ironia, porque de “calm”, calma, não tenho nada rsrs. Escolhi esse nick, primeiramente, porque queria algo diferente do meu nome, já que acho “Amanda Almeida” um nome comum, então pensei: K (rei) e A (Ás), são as maiores cartas do baralho, logo, quero que isso esteja presente, juntamente com meu sobrenome que é Almeida. Associando o “alm” à alma. Porque a intenção sempre foi colocar a alma nesse trabalho que é “viver de Poker”.

     Brincando com as cartas queria fazer algo assim:                   

(essa foi a primeira vez que tentei fazer algo diferente. É uma foto real com um baralho bonito que tenho, à frente de uma das minhas plantas, editada com o nome que escolhi rs - algo bem amador, mas marcante.)

    Bom, explicado meu processo criativo inicial de quando decidi me dedicar ao poker e suas nuances, vamos aos fatos de como tudo isso começou:

    
Me formei em psicologia no final de 2019 e alguns meses depois, iniciou-se a pandemia. Com isso, todos os atendimentos presenciais passaram para a forma remota. Consequentemente, eu passava muito tempo em frente ao computador. E, no meu tempo livre, jogava em aplicativos brasileiros. Na época, via aquele gasto como recreação, já que não podíamos sair de casa e eu não tinha mais o gasto que separava para a diversão em festas e eventos.

Eu já conhecia as regras do poker desde 2014, joguei recreativamente algumas vezes, online com fichas fictícias e presencial valendo pouco dinheiro. Mas até esse momento - meados de 2020 - nunca havia pensado que esse hobby poderia virar algo lucrativo. Até que conheci pessoas que “viviam de poker” e foi aí que tudo mudou. Descobri que o poker, além de recreação, também é uma profissão. E que, apesar de todo preconceito que permeia o esporte, é uma atividade digna como qualquer outra.

Até chegar ao Midas, time que jogo atualmente, passei por outros dois. MRJ Poker Team e 4bet. Neste primeiro foi onde construí minha base. Descobri que, na verdade, não sabia nada. Foi lá, também, que conheci os primeiros termos técnicos e percebi que seguir essa profissão não era tão fácil como imaginava. Foi nesse momento que desconstruí a ideia que seria “dinheiro fácil” e aprendi sobre como a matemática do jogo funciona. Mesmo percebendo isso, essa, ainda, não foi a parte mais difícil do meu processo. A parte mais difícil da minha trajetória no poker foi explicar para minha família e as pessoas que me rodeavam a nova decisão da minha vida.

Atuar na psicologia já não me instigava mais, e comecei a deixá-la em segundo plano. Por um tempo, tentei conciliar as duas atividades, mas, ao refletir sobre isso posteriormente, percebi que talvez não fosse um desejo genuíno. Em vez disso, parecia algo que me forcei a fazer para tentar suprir expectativas que eu acreditava que as pessoas tinham em relação a mim.

Foi aí que experimentei a variância da vida, apesar de em meus anseios querer muito alavancar na carreira do poker, a minha cabeça não sabia como executar isso na prática. Eu não conseguia bancar essa decisão para a minha família e todas as vezes que tentei sempre fui criticada e julgada. Chegou ao meu ouvido, por exemplo, que algumas pessoas estavam preocupadas se eu estava “viciada em jogo”. O que me parece cômico, porque, quem me conhece de verdade, sabe que, apesar de gostar de curtir a vida, nunca gastei mais do que podia, sempre fui muito consciente com meu dinheiro. Em guardar, poupar, etc. E em nenhum momento na minha trajetória do poker, fiz diferente disso. Até nas raras extravagâncias, sempre foi algo consciente.

Hoje, eu atribuo esse período turbulento ao fato de não ter conseguido me dedicar aos estudos do poker, como é preciso para engrenar na carreira. Passei por momentos de dúvidas, inseguranças familiares, término de relacionamento, mudança de casa, de cidade. Tudo isso mexeu muito com a minha cabeça e precisei de tempo para me realinhar e focar no caminho que a minha alma escolheu.

Agora consigo ver com mais clareza que esse foi o processo que precisei passar para ser quem eu sou hoje e executar tudo que consigo fazer atualmente e que antes, não conseguia. Hoje, consigo bancar minha decisão e tento, ao máximo, ignorar quem é ignorante no assunto. Lives, grind, estudos, conteúdos na internet, tudo isso pausei por um tempo por medo de julgamentos e por falta de apoio. Mas hoje, isso é diferente.

Consegui elaborar melhor tudo isso, até fiz uma nova rede social: grinderkalm, pois no meu perfil pessoal não conseguia ser eu mesma, não conseguia falar do que eu mais amo falar: POKER! Isso para mim foi uma libertação, porque lá consigo me expressar e conversar com quem realmente está interessado no assunto. E agora, surgiu a CARDMATES na minha vida, pra selar com chave de ouro esse novo período de liberdade de expressão. Ter esse espaço para escrever - algo que também amo - como vocês podem bem ver rs, é algo terapêutico para mim.

E lhes digo: “viver de poker” é uma experiência verdadeiramente fascinante; valeu a pena cada momento vivido até aqui. O poker me ensinou tantas lições, mas tantas! Ele foi instrumento para minha evolução. Ele me libertou de amarras invisíveis. Ele me transformou.

Sei que ainda meu processo é longo e que ainda temos muitas coisas para conversar e elaborar por aqui, mas o resto, eu deixo pra outro dia, porque se não vou acabar escrevendo um livro e não um blog rs. Hoje fiz um resumo, mas ainda tenho muitas coisas a contar sobre como cheguei até aqui e como é minha rotina atualmente. Como vocês podem perceber, sou detalhista e ficarei feliz em contar cada parte desse processo com a maior riqueza de detalhes que conseguir. Fiquem à vontade para perguntar.

Então, continuem me acompanhando por aqui e vamos escrever essa história juntos e JUNTAS. Porque o poker também é lugar de mulher! Mas isso é tema para outro dia…

Um beijo,

AmandaKALM. 

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Oi, eu sou AmandaKALM. Aspirante a Streamer e atualmente jogo Poker profissionalmente para o Midas Poker Team ♕ Sou formada em Psicologia, mas hoje estou focada somente no Poker e suas nuances. Espero poder compartilhar minha trajetória com vocês por aqui!
Comentários (7)
Ucrânia Maksym Merzhvynskyi Administrador
Administrador

Oi Amanda, bem-vinda ao Cardmates! Entendo que você passou por momentos difíceis na vida. Se precisar de apoio, nossa comunidade está sempre aqui para ouvir e apoiar você!

1 respostas

Agradeço o apoio! Fases difíceis também são importantes para nossa evolução! Então tá tudo certo. ☺️

E certamente será terapêutico escrever sobre tudo por aqui. Muito obrigada 🤗

Olá, encantadora AmandaKALM! Conheço muitas pessoas que começaram a jogar pôquer durante a pandemia e, com o tempo, isso se tornou a principal ocupação delas. Portanto, acredito no seu sucesso! Estamos muito felizes em ver mais mulheres em nosso círculo, pois sim, há um lugar para as mulheres no pôquer. Seja bem-vinda!

1 respostas

oiii Larissa! Tenho certeza que vai dar certo sim! Já está dando! Sempre que posso tento contribuir falando sobre a importância de mulheres no poker! Muito obrigada pelo apoio. Com certeza teremos muito a conversar por aqui!

Brasil VictorSouza
Sem status

Olá! Prazer em conhecê-la! 💝 Amanda, tenho uma pergunta para você – você mencionou que deixou a psicologia em segundo plano... mas o conhecimento em psicologia não ajuda durante o jogo? Seria interessante ouvir sua opinião sobre isso 🤔🤔

1 respostas

Oi Victor, prazer em conhecê-lo tb! Então, a psicologia me ajudou a identificar que eu estava passando por uma condição psicológica. Mas durante o jogo não tanto. Saber determinada coisa na teoria, não significa necessariamente que vou conseguir executar na prática. Até porque também, não dediquei meus estudos a área da performance. Mas sim, a psicologia me ajudou na resiliência e fazer terapia vai ajudar em todas as áreas. Quando a mente está bem, o resto flui.

Baita reflexão!

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